polvo
Os
polvos são
moluscos marinhos da classe
Cephalopoda e da ordem
Octopoda, que significa "oito pés". Possuem oito braços com fortes
ventosas dispostas à volta da
boca. Como o resto dos cefalópodes, o polvo tem um corpo mole mas não tem esqueleto interno (como as
lulas possuem) nem externo, como o
argonauta. Como meios de defesa, o polvo possui a capacidade de largar
tinta, de
camuflagem (conseguida através dos
cromatóforos) e
autotomia de seus braços.
Os polvos não possuem
tentáculos, mas sim oito braços, ao contrário das
lulas e
sépias, que, além dos oito braços, possuem dois tentáculos, o
hectocótilo que atua na hora da reprodução é um braço modificado. Dado que os seus membros são usados na locomoção, também se pode referir aos polvos como
octópodes.
Defesa
Um polvo escondido numa concha
Polvo de anéis azuis
Hapalochlaena lunulata
Principalmente conhecidos pela capacidade de liberar uma tinta quando em fuga, os polvos possuem três mecanismos típicos de defesa:
glândulas de tinta,
camuflagem e
autotomiados braços.
A maioria dos polvos é capaz de liberar uma densa nuvem de tinta, que os ajudam a escapar de
predadores. A principal substância da tinta é composta por
melanina que também dá a coloração dos cabelos e pele dos seres humanos. A nuvem de tinta também possui cheiro, sendo capaz de confundir predadores como
tubarões que dependem muito do
olfato para localizar a presa.
A camuflagem dos polvos é obtida através de algumas células especializadas de sua pele, podendo alterar a
cor aparente e a
opacidade de sua
epiderme.
Cromatóforos contém
pigmentos de cores como amarelo, laranja, vermelho, marrom e preto; a maioria das espécies possuem três desses pigmentos, embora algumas espécies tenham dois ou quatro. Outra característica de mudança de cor é obtida através de alteração da refletividade de células
iridoforas e
leucoforas (branca).
2 A capacidade de mudança de cor também serve para alertar outros polvos sobre o perigo de ataque de um predador. O polvo de anéis azuis pode se tornar de um amarelo intenso com anéis azuis quando provocado.
Alguns polvos, quando ameaçados, têm a capacidade de autotomia dos braços de forma semelhante às
lagartixas que podem liberar suas caudas. Os braços liberados servem como distrativos para os predadores em sua caça.
Polvos de poucas espécies, como o
Thaumoctopus mimicus, têm um quarto mecanismo de defesa. Eles conseguem combinar a alta flexibilidade de seus corpos com a mudança de coloração imitando outros animais mais perigosos como o
peixe-leão,
cobras-do-mar e
moréias. Também são capazes de alterar sua textura a fim de atingir uma camuflagem imitando pedras e algas.or.
Reprodução
A reprodução é sexuada e inicia-se com um ritual de acasalamento que pode durar várias horas ou dias. Biólogos consideram que quando a fêmea está pronta para a fecundação ela libera um
feromônio sexual, que além de atrativo, previne que o parceiro sexual as devore (o
canibalismo é comum em várias espécies de polvos). A fêmea pode ser fecundada por um ou mais parceiros sexuais nesse período. Quando aceite pela fêmea, os
espermatozóides do polvo macho são introduzidos, na forma de
espermatóforos, através de dois braços especializados, chamados de
hectocotylus. O polvo macho morre num período de alguns meses após a cópula. A fêmea, após a fecundação, pode guardar os espermatozóides por semanas até que os
óvulos estejam maduros. Dependendo da espécie, a fêmea deposita os ovos fecundados num "ninho" em fileiras ou isoladamente que podem atingir até 200 000 ovos. Durante a maturação dos ovos, a fêmea cuida deles, evitando que algas e outros organismos os ataquem. Ela também facilita a circulação de correntes de água a fim de que os óvulos recebam oxigenação suficiente. Durante esse período a fêmea não se alimenta e normalmente morre pouco depois dos ovos eclodirem.
3 Depois de os ovos eclodirem, os filhotes,também conhecidos como Mini-Tentacloidis, vivem numa fase
paralarvae. Nessa fase eles alimentam-se de pequenos animais do
plâncton tais como
copépodes, e larvas de
caranguejos e
estrelas-do-mar. Nessa fase, integram a cadeia alimentar de seres vivos maiores como
águas-vivas e
baleias. Depois da fase
paralarvae, quando os filhotes tornam-se maiores, deixam a superfície dos mares, tornando-se adultos no fundo dos mares, em baixas profundidades.
Órgãos sensoriais
Polvos têm uma boa acuidade visual. Apesar de suas
pupilas terem o formato de linha, levando a acreditar que sofram de
astigmatismo, sua visão aparenta não sofrer de problemas de intensidade da luz em seu
habitat4 . Acredita-se que eles não tenham
visão em cores embora consigam distinguir a
polarização da luz
5 . Atrelados ao cérebro existem dois órgãos especiais, chamados de estatocistos, que permitem o sentido de orientação horizontal. O sistema nervoso automático mantém a fenda das pupilas sempre na posição horizontal.
Polvos também têm um apurado sentido de
toque físico. As suas
ventosas são equipadas com quimioreceptores de forma que os polvos podem sentir o gosto do objeto que estão tocando. Seus braços contém sensores de tensão, permitindo-os saber o quanto eles estão distentidos, embora tenham pouca percepção de
posicionamento espacial nesses movimentos: os receptores de tensão são insuficientes para que ele saiba corretamente a posição de seus braços. Por ser um invertebrado fica pouco claro qual a capacidade cerebral necessária para permitir uma correta percepção do posicionamento de seus braços; a flexibilidade de seus braços é muito maior que a
língua dos
vertebrados. Como resultado os polvos tem um fraco sentido em
reconhecer a forma dos objetos tocados. Ele consegue perceber as
texturas dos objetos tocados mas não conseguem integrar, pelo tato, essas informações num objeto maior.
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A autonomia neurológica de seus braços faz com que os polvos tenham grandes dificuldades de aprendizagem na orientação de sua locomoção. Não há uma precisão desses movimentos tanto no posicionamento preciso de seus braços nem uma
retroalimentaçãoprecisa de seus movimentos. O único meio preciso de coordenação de seus movimentos e locomoção dá-se através da observação visual.
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Os polvos atacam quando se sentem ameaçados.
Inteligência
Os cefalópodes apresentam macroneurônios que só aparecem nesta classe e são mais desenvolvidos do que qualquer outro invertebrado.
Cerca de 1/3 dos neurônios do Polvo estão no cérebro. Teoricamente estes animais desenvolveram grande inteligência devido a necessidades de sobrevivência, por exemplo, devido a fragilidade de seu corpo (ausência de carapaça) em que a inteligência de seus ancentrais certamente aumentava as chances de fuga de ataques de predadores, além de auxiliar na captura com mais eficiência das diversas variedades de presas existentes em seu
hábitat.
Os pesquisadores costumam observar a inteligência desses animais quando eles estão em cativeiro. Um pesquisador relata ter construido um robô submarino que ficava se movimentando em um grande tanque onde um polvo se encontrava. O polvo se “comunicou” com o robô e o desmontou peça por peça. Em outro caso, os funcionários do Santa Monica Pier Aquarium, na California, foram surpreendidos com 750 litros de água espalhados pelo piso ecologicamente construído. Acontece que um curioso polvo de duas pintas tinha desmontado a válvula de reciclagem de água e o cano,dirigido para fora do tanque, fez a água escoar durante 10 horas. Uma outra característica única dos moluscos é que, neles, duas áreas do cérebro se especializaram no armazenamento de memórias. Não é só o fato de terem cérebro maior e condensado, mas eles se destacam também por ter áreas no cérebro dedicadas à aprendizagem. E é nesse aspecto que se assemelham aos humanos, mas com um cérebro completamente diferente.
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